sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Vou sorvendo gole em gole

Vou sorvendo gole em gole
Todo o conhecimento
Que o Espírito me traz
Na escura madrugada
Quando perco o meu sono
E me viro pela cama
Sem poder dormir de novo
Agitado em visões

Abro os olhos. Vejo longe
Contemplando meu legado
E deixando explicado
O que ainda não chegou
O futuro é incerto
Mas eu vivo o dia a dia
Trabalhando o Eterno
Para onde eu me vou.

Eu estou só de passagem
Minha casa é um hotel
Minha vida é o início
Que terá um segmento
Dentro da eternidade,
Porque o meu pensamento
Vai além da existência
Neste plano de idade.

Vou sorvendo gole em gole
Cada instante aqui vivido
Cada beijo que te dou
O sussurro em teu ouvido
Vou sorvendo com ternura
Teu olhar e teu sorriso
O teu sexo, o teu gozo,
Teu desejo escondido

Vou sorvendo gole em gole
Toda nossa convivência
Todo espírito e ciência
Que podemos partilhar.
Sorvo calmo o sorvete
Que eu chupo ao teu lado
‘Té a compra do mercado
Eu encaro com brandura.

Porque isto é o que tenho
Porque tal é o que quero
Porque o tudo é muita coisa
Porque tu és minha amada.
Nem as curvas da estrada
Nem as pedras do caminho
Nem o tiro no escuro
Nem a flor que tem espinho
Vão poder me afetar
Vão tirar o meu sossego
Vão matar a minha vida
Ou tirar o meu emprego,

Porque sorvo gole em gole
Todo o conhecimento
Que me chega sem parar
Pelas asas de um vento
Pelo sopro do Espírito
Pela Luz e o Amor
Pela Paz e pela Gloria
Que me alcançam do Senhor.

Londrina – 11/9/09

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