quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Eu não quero ser brilhante

Sou assim meio apagado
Transparente, descolor,
Poucas vezes sou notado
Quando sou, é ilusão

Eu não quero o legado
Dos poetas que amei
Como ‘Castro’, que tão jovem
Despediu-se da amada

Sem provar da sua alma
A essência do seu ser,
Sem provar que o poeta
Apenas vive pra morrer

Eu não quero o legado
De ‘Augusto’, que funesto
Rabiscou com cinza e pó
Seu poema-escuridão

Não quero de ninguém
O que alguém não pode dar
Eu só quero ir andando
Pra chegar aonde for.

Sou assim meio apagado
Esquisito, transcolor,
E no riso, camuflado
Eu escondo minha espada.

Eu não quero ser brilhante
Pra depois perder o brilho
Eu só quero, nesse trilho
Ser um trem sempre avante.

Da amada, ser amante
Dos poetas bacharel
E das noites mariposa
E da musa, menestrel.

Não preciso ser o máximo
E tampouco o menor
Eu só quero fazer versos
Do meu modo, o melhor.

Londrina – 9/9/09

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