O meu dia está nublado
Minha vida está nublada
E no banco, aqui, sentado
Eu não penso mais em nada
Esse vento congelante
Esfria até a minha alma
E na tua indiferença
Tu também estás passada
Se gozaste ontem à noite
Hoje a cara é carrancuda
Te preocupas mais co’as unhas
Que com a nossa existência
Não preciso desse enfado
Não agüento esse fardo
Minhas pernas tão cansadas
Já não querem caminhadas
Em estradas com buracos
Em distâncias sem medida
Labirintos tortuosos
Sempre rumo ao infinito
Estou mais para o meu banco
Para as folhas do caderno
O teclado do PC
A caneta e o tinteiro.
O meu dia está nublado
Acabei de levantar
A manhã está cinzenta
Tal e qual a minha vida
Não cumprimos compromissos
Não batemos nosso malho
E seguimos nossa vida
Sem respeito e nem visão
Não é isto o que eu quero
Não é isto o que tu queres
Não é isto o que queremos
Não é isto o que eles querem
E por isto, minha cara
Vou partir rua afora
Vou juntar todos meus trapos
E andando vou-m’embora.
Londrina – 10/9/09
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