terça-feira, 13 de abril de 2010

Eu espero o Paraíso

Eu espero o Paraíso
Só por ter que te aturar
Nessa estrada sem destino
Eu não sei onde chegar

Eu espero o Paraíso
Por estar agonizando
Vivendo nessa merda
Que está me dominando

Eu espero o Paraíso
Para ter o meu alento
Pra não ter que engolir
Todo dia, excremento

Eu espero o Paraíso
Para ter um refrigero
Esses vultos me atacam
Pelo dia que espero

Eu espero o Paraíso
Pra livrar-me do fantasma
E sarar essa ferida
Que nasceu da tua asma

Parte II

O vulto da meia noite
Assustou-me sobre a cama
Eu pulei, estremeci
E o sono não mais vi
Afundado nesse drama

Eu atolo o pé em lama
Porque vou-me empurrando
A viver sempre obrigado
A fazer tudo errado
Nesse trem que vai andando

Tento muito e não sei quando
Vou findar essa loucura
Minha mente enegrece
Meu cérebro desfalece
Por falta de armadura

Me revisto de mentira
E encaro sua cara
Quero comer-te o rim
Para ver seu triste fim
E beber a água rara

Veja treva nos meus olhos
Veja morte no meu riso
Veja sangue em minha mão
Ódio no meu coração...
Eu espero o Paraíso.