quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Vida invertebrada

Vida...
Vida invertebrada
Não tem osso de nada
Não tem nada de nada
E não tem nada a ver.
Mas tenho que viver a vida
Se ela é feita pra viver.
Essa voz calada
Essa mente vazia
E essa vida vazia
Esse texto impensado
Eu na cadeira sentado
Em cima da vida vazia.
Esse tempo fechado
Essa porta fechada
Essa curva sem fim,
Sou eu andando na curva
Com a mala amarrada
Cheia de vento e pó
Esperando a história passar.

Mas a vida invertebrada
Se arrasta molemente
Como um caramujo
Que se arrasta na praia
Saindo de Santa Catarina
Pra conhecer a Bahia
Viajando o litoral.
Ah companheiro gosmento
Se arrasta vid’afora
Arrastando sua casa
Arrastando suas asas
Arrasando os seus sonhos
Na esperança de chegar.
Um dia eu também chego
Nessa égua sem pelego
Aonde é o meu lugar...

Enquanto isso, na estrada
Verso a vida invertebrada
E essa falta de vontade
De se erguer e caminhar.
É mais fácil eu me ir
Quando a chuva cair
Pra sair desse lugar...

Êta vida invertebrada...

Londrina, 16/7/2009

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