terça-feira, 7 de setembro de 2010

Depois da escuridão

Dias negros eu passei
Quando louco descobri
Que tu eras outra pessoa
Que tu eras outra mulher
Que tu eras mais capaz
Que as minhas capacidades,
Que tuas atrocidades
Me continham mais veneno.

Teu punhal envenenado
Atravessou-me o peito
Atirou-me sobre a cama
Restringiu-me a solidão
E me trouxe o gosto amargo
Que enroscado na garganta
Fez-me soluçar o fel
Sentindo o sal de lágrimas
Que rolavam sobre o ódio.

E depois da escuridão
Em que havia mergulhado
Vi brilhar no teu olhar
Uma luz que jamais vira.
Aplacaste-me a ira
Perdoaste-me o pecado
Afagaste-me a face
E pediste-me o perdão.

Encho-me da tua luz
Beijo-te a boca doce
Abraço-te e descanso
Teu colo afaga minh'alma
Teus seios recebem meu ser
E fazem ferver o amor
Que ressuscitou
Dentro deste corpo
Doente e quase morto.

Quero cantar a tua música
E chegar até aos céus
Guiado por tuas mãos
Tendo-te ao lado
Com esse teu sorriso
Que acalanta o meu ser.

Porto Velho, 7 de Setembro de 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário